


















Ver, sentir, imaginar ou até mesmo transcender são algumas das ações e reflexões que envolvem este conjunto de imagens de Mario Baptista, de limites infinitos.
Na ruptura ser humano e natureza, da qual nossa sociedade tem sofrido graves consequências, o fotógrafo borra fronteiras físicas, geográficas, em que uma comunhão se deixa vislumbrar como algo possível. Céu e terra, sombra e luz, sólido ou gasoso, nada está em oposição, mas num baile harmônico de estados da matéria, de sensações e de relações.
A experiência do sublime é tema fundamental na arte, o qual na fotografia muitas vezes ganha uma estética pictórica, pelo engajamento sensorial provocado na textura, no movimento, nas cores, ou seja, todo um universo sinestésico que Mario também consegue “pincelar” na sua “tela”. Imagens que deslocalizam o que se vê e quem as vê, tanto nos espaços, nos territórios, quanto em dimensões da existência ou da consciência humanas.
Mario nos conta que é preciso tempo, às vezes uma longa exposição, tanto para que a imagem aconteça, quanto para que possamos ser levados pela imaginação. Ao mesmo tempo, usa a técnica para nos ajudar a enxergar, a viver a simplicidade do momento e de nossa própria natureza. Que por mais abstrata que seja, revela a potência da fotografia em mantê-la presente, e de captura de uma experiência, de realidades e memórias, inseparáveis e indissolúveis.